segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Casa de Rembrandt...


No meio de moinhos que não cheguei a percorrer e entre tulipas multicolores 
que cheguei a trazer, um dos sentires andava no ar. 
Cores e mais cores coloriam o meu ser nesta Amstellerdam de encantar. 
Percorriam-se os canais, as ruas antigas e pouco iluminadas. Aromas. 
O frio antes de nevar gelava. 
Procurava sabores e longe estava eu de imaginar 
que uma das melhores refeições estaria algures no bairro chinês. 
Assim aconteceu num inesperado prazer. Divino paladar!


Esta breve introdução em cores, aromas e sabores, 
apenas nos serviu para aguçar os sentidos na deliciosa arte de bem descobrir. 
Procurar e Encontrar. Sonhos e Felicidade. Presença e Saudade. Eternizar.
E ali ao lado, num belo momento partilhado...
A Casa de Rembrandt ,ou Rembrandthuis em neerlandês, é um desses casos.
Como seria?... Como É?... Como foi?... Respondo 'Será sempre!'
Entremos então...


Entramos e logo nos deparamos com uma paragem no tempo.
Remodelado sim, mas tudo está lá. As telas, os pincéis e as cores. 
Rascunhos e esculturas, compassos e réguas. 
Ponta-seca, buril e água-forte. 
Algumas provas de estado, provas do artista...
'A prensa de madeira, sem Gutenberg!' - E sai-me um sorriso. 


As suas gravuras exigem uma certa proximidade, provocando-nos um diálogo surdo em nós, 
pois Rembrandt van Rijn continua por ali... e também Pieter Lastman andará por lá.
Continuemos a visita, não deixemos os anfitriões esperar.
E, na grande Alma do Mundo que nos transcende a matéria, Caravaggio gostaria.

FerdoS

domingo, 18 de julho de 2010

Camille et Rodin...

"Miss Claudel has become a master." 
"She has the talent of a man." 
"She's a witch." 

These few ardent words evocative of the eroticism of The Eternal Idol perfectly convey the passion that united the two sculptors. 
...
E nessa noite Nova eis o que me surgiu quando procurei os seus nomes.


Aparece o convite para ver o filme que nunca vi. 
O destino alinhavado tem destas coisas e como se num passo de uma qualquer alquimia por revelar eis que me surge mais uma frase com aquele toque especial : 

“My very dearest down on both knees before your beautiful body which I embrace.” 
( Letter from Rodin to Camille Claudel - 1884/85)


Uma história de encontro, de desencontros. De amor eterno ou de amores efémeros. De identificação de almas, como um envolvente tango, de entregues corações numa morada à muito perdida, como um triste fado. 
De sorrisos e lágrimas. De loucura e paixão. 
De entrega e devoção, na arte e na relação criada entre aluna e professor, entre discípulo e mestre, entre homem e mulher, nesse mesmo reconhecimento. 
Não irei descrever o que li, o que vi, ou mesmo o que senti, pois o melhor mesmo é pegar num Camille Claudel e num final de noite ao luar deixar o Grande Sentir Entrar! 
Tristemente lindo! 


E no final surge-me novamente a mesma questão... 
Define Amor?! 

FerdoS