No meio de moinhos que não cheguei a percorrer e entre tulipas multicolores
que cheguei a trazer, um dos sentires andava no ar.
Cores e mais cores coloriam o meu ser nesta Amstellerdam de encantar.
Percorriam-se os canais, as ruas antigas e pouco iluminadas. Aromas.
O frio antes de nevar gelava.
Procurava sabores e longe estava eu de imaginar
que uma das melhores refeições estaria algures no bairro chinês.
Assim aconteceu num inesperado prazer. Divino paladar!
Esta breve introdução em cores, aromas e sabores,
apenas nos serviu para aguçar os sentidos na deliciosa arte de bem descobrir.
Procurar e Encontrar. Sonhos e Felicidade. Presença e Saudade. Eternizar.
E ali ao lado, num belo momento partilhado...
A Casa de Rembrandt ,ou Rembrandthuis em neerlandês, é um desses casos.
Como seria?... Como É?... Como foi?... Respondo 'Será sempre!'
Entremos então...
Entramos e logo nos deparamos com uma paragem no tempo.
Remodelado sim, mas tudo está lá. As telas, os pincéis e as cores.
Rascunhos e esculturas, compassos e réguas.
Ponta-seca, buril e água-forte.
Algumas provas de estado, provas do artista...
'A prensa de madeira, sem Gutenberg!' - E sai-me um sorriso.
As suas gravuras exigem uma certa proximidade, provocando-nos um diálogo surdo em nós,
pois Rembrandt van Rijn continua por ali... e também Pieter Lastman andará por lá.
Continuemos a visita, não deixemos os anfitriões esperar.
E, na grande Alma do Mundo que nos transcende a matéria, Caravaggio gostaria.
FerdoS