terça-feira, 27 de agosto de 2013

Uma breve história das cores (1)

Os pigmentos naturais, tais como ocres e óxidos de ferro têm sido utilizados como corantes, desde os tempos pré-históricos. Arqueólogos descobriram evidências de que os primeiros humanos costumavam pintar para fins estéticos, decorando o próprio corpo. Rudimentares pigmentos de tintas e equipamento para trituração, foram encontrados em cavernas nas margens do Rio Twin, na Zâmbia e acredita-se que tenham entre 350 e 400 mil anos.


Antes da Revolução Industrial, a gama de cores disponíveis para a arte e uso decorativo era tecnicamente limitada. A maioria dos pigmentos utilizados era derivado da terra, de alguns minerais ou de origem biológica. Pigmentos a partir de fontes incomuns, tais como materiais botânicos, resíduos animais, insetos e moluscos foram colhidos e comercializadas em longas distâncias. Algumas cores foram onerosas ou impossíveis de se misturar com a gama de pigmentos que estavam disponíveis. Como exemplo, o azul e o roxo passaram a ser associados a realeza por causa da dificuldade e custo em se conseguir estas cores.

Pigmentos biológicos eram muitas vezes difíceis de adquirir, e os detalhes da sua produção foram mantidos em segredo pelos fabricantes durante muitos anos. Tyrian Purple (conhecido também como Royal Purple) era um pigmento conseguido a partir do muco de uma uma espécies de caramujo, o Murex brandaris. A produção de Tyrian Purple para uso como tintura de tecido começou em 1200 a.C, pelos Fenícios, e foi continuada pelos Gregos e Romanos até 1453 d.C, com a queda de Constantinopla. O pigmento era caro e complexo para produzir, e itens coloridos com este tornaram-se associados ao poder e à riqueza. 

Pigmentos minerais também foram negociados a longas distâncias. A única maneira de alcançar um rico azul profundo era usando uma pedra semi-preciosa, lápis-lazúli, para produzir um pigmento conhecido como ultramarino, e as melhores fontes de lápis-lazúli eram remotas e distantes. 


O pintor flamenco Jan Van Eyck, trabalhando no século 15, não incluía normalmente o azul nas suas pinturas. Pintar um retrato com o azul ultramarino era considerado um grande luxo. Se o cliente que encomendava a obra queria azul, era obrigado a pagar extra. Quando Van Eyck usada lápis-lazúli, nunca misturava com outras cores. Ao contrário, ele aplicava a sua forma pura, quase como um esmalte decorativo. O preço proibitivo de lápis-lazúli forçava os artistas a procurarem pigmentos que pudesse substituir e fossem menos caros, tanto mineral (azurita, smalt) ou biológicos (índigo). 

Os Espanhóis, com a conquista de terras no Novo Mundo no século XVI, introduziram novos pigmentos e cores para os povos de ambos os lados do Atlântico. Carmim, um corante e pigmento derivado de um insecto parasita encontrado na América Central e América do Sul , alcançou o estatuto de grande valor na Europa. Produzido a partir de insectos Cochonilha, secos e triturados, o carmim poderia ser utilizado na tintura de tecidos, pintura corporal, ou em forma sólida, para quase todos os tipos de tintas e cosméticos.


Os nativos do Peru já conheciam como produzir o carmim a partir da Cochonilha, como corante para tecidos, pelo menos desde 700 d.C, mas os europeus nunca tinham visto a cor antes. Quando os espanhóis invadiram o Império Asteca no que é hoje o México, eles foram rápidos em explorar a cor para novas oportunidades comerciais. O Carmim tornou-se a segunda mais valiosa mercadoria da região, próxima à exportação de prata. Pigmentos produzidos a partir do insecto Cochonilha, como exemplo, serviram para colorir os tecidos das vestes de cardeais católicos e os uniformes dos soldados ingleses, as "Casacas Vermelhas". A verdadeira fonte do pigmento, um insecto foi mantida em segredo até o século 18, quando os biólogos a descobriram.

Enquanto o Carmim foi muito popular na Europa, manteve-se a cor azul exclusivamente associada à riqueza e status. No século XVII, o mestre holandês Johannes Vermeer, muitas vezes fez uso abundante de lápis-lazúli , juntamente com Carmim e Amarelo indiano , em suas pinturas vibrantes, destinadas a decorar os mais luxuosos palácios.

Texto: Marcos Anghinoni

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Life is pretty simple...


"Life is pretty simple: You do some stuff. Most fails. Some works. 
You do more of what works. If it works big, others quickly copy it. 
Then you do something else. The trick is the doing something else." 

Leonardo da Vinci 


Photo: Art & Design