domingo, 25 de outubro de 2009

Enock Surreal...



Enock Surreal...
Sim, intitulei-o assim.
Talvez devido ao seu trabalho no crú pano,
talvez pelo seu ensino transcendental, talvez...
Silêncios interiores ou equilibrio das cores.
Imposição de mãos ou meditações em movimento.
So che siete!
Grande amigo e companheiro de 'viagens',
fossem elas centúrianas em espadas
ou poéticas em copas, mas sempre presentes e passadas...
Realidade irreal, pincelada num futuro crente...  
Sapere!




Dedicatória curta para um mestre-cavaleiro,
de tintas ou palavras, de forças e certezas,
que um dia ergueu o seu templo, o seu Acreditar,
bem no epicentro do amor que o iria encontrar.
Vero! 
Nas surreais ou expressionistas telas, nas páginas amarelecidas,
 na ponta de uma tesoura ou no gume de uma Gladius...Criemos!
Seja na Terra, no Ar, na Água ou no Fogo,
criemos o Quinto Elemento!
 E que o seu templo possa para sempre perdurar!
Grazie compagno per tutti i tempi. 

FerdoS



quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Magrebinus Navegar...

( Magrebinus - 1996 - 80x60 )
ϜSΣRRANΦ ©

Percorramos Cartago ou Fez, Tripoli ou Constantina...
Vamos...
Por um instante...numa tela...nesta tela...Viajemos!
Sintamos as suas lendas, os seus contos, as suas Mil e Uma Noites...
Vistamos o Djellaba ou coloquemos o Keffiyeh...
Não é necessário um apressar...
Dirás que temos todo o tempo do deserto para nos abençoar...
Dirás...
Sim, escuto esse silêncio ancestral como escuto o burburinho
que julgo sentir ao entrar numa Medina antes do luar..
Pôr-do-sol...
Escuto... Observo... Sinto-te...
Num Derija de Magrebinus expressar, deixo-me navegar
por ondas de quentes grãos, longe do azul, longe do mar
e onde o céu me sussurra num arábico cativante
"Haaabibi..."
E nessa noite...com um cruzeiro pelo sagrado Nilo fui sonhar...

FerdoS

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Un Monsieur Moleskine...




Quem nunca viu ou possuiu este objecto sem nome?!...
Rectangular e preto. De cantos arredondados
e aconchegado num elástico na mesma cor.
Uma fita marcadora, interior ou exterior, uma bolsa expansível
no recheio e uma lombada costurada que permite que ele
permaneça plano enquanto aberto.
Produzido por um pequeno encadernador francês durante mais
de um século, este companheiro de viagem, de cruzada,
de esboços e anotações, de histórias e idéias, tornar-se-ia lendário.
O seu nome é devido a um tipo de tecido e...e que ele não possui!
Claro que me refiro ao adorado Moleskine.
Percorreu  as mãos e os sentires de artistas e poetas vanguardistas,
imortalizando-se com nomes como Van Gogh, Picasso,
Henri Matisse, André Breton, Ernest Hemingway,
Bruce Chatwin ou Louis Férdinand Céline.



Mas em 1986 a papelaria que os fornecia em Paris
cessou a sua distribuição, ficando-se a saber que o último
fabricante de moleskines, uma pequena empresa familiar
estabelecida em Tours, descontinuara a sua produção
naquele ano, após o falecimento de seu proprietário.
Por incrível que possa parecer a marca Moleskine
foi registrada oficialmente apenas em 1996, por uma
empresa italiana, e voltando a ser lançada dois anos depois.
Mais tarde, em 2006, um fundo de investimento francês
comprou a empresa italiana, voltando assim
o 'Rectangular preto' à sua pátria.
Hoje podemos encontrá-lo nas lojas da especialidade
e até nas grandes superfícies comerciais.
 Em jeito de rodapé, posso afirmar que o Moleskine é:
simples, elegante, bonito e inspirador, 'Un Monsieur' quase perfeito.
E, num esboçado sorriso, sim, também o tenho!

FerdoS



sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Matóri... Mundo este... O seu!...



Fixemos este mundo!
Matóri... O seu.
Amigo de longa data. Amigo de grandes cruzadas.
Expos partilhadas. Primeiros passos trocados.
Amigo das Artes. Amigo meu.
Criou o seu próprio estilo, o seu traço, o seu marcar...
Pintura, poesia, música, escultura e até alquimia.
Senhor da Instalação!...
Relembremos as 'Estruturas para uma Revolução'...
Multifacetado e curioso em tantos saberes, como Leonardo.
O seu nome... Marco Dias.

 

Ainda recordo o seu primeiro grande dia...
O dia em que vendeu a sua mais bela tela,
a mesma que lhe consumiu dias, semanas e meses,
a mesma que ele garantiu tê-lo enfeitiçado!
A mesma que lhe deu bom dinheiro.
A mesma que na capital ficou.
Poderosa senhora que o aprisionou!
A partir desse dia ele renasceu...
...Acreditou...
...e o mundo Matóri apareceu.

 

Percorria a Serra-Mãe e, caminhando e colhendo no entender,
juntava flores, aromas e sabores,
e no almofariz criava as suas cores.
Alquimias inatas num passado presente.
Forte personalidade... verdadeira Alma de artista.
Perdeu-se no seu encontrar, voltou a viver e, mais tarde,
mais uma vez, voltou a desaparecer.
Como os seus criados guerreiros, voltará!
Acredito!
Caro amico... Cari amici...
Hoje, esta nova entrada, é para ti.

FerdoS

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Museu Guggenheim - Bilbao



Agosto. 2009. País Basco. Bilbau.
Sigo pelo meio, bem dentro do jardim, em passos apressados.
À direita tenho a ciclo-via, com skaters e patins alinhados.
Na minha esquerda o rio Nervión, a correr para o Cantábrico mar.
Impaciente, acelero o caminhar, olho para a frente e... Woow!
Não existe foto que se possa aproximar!
Contorno-o sem o brilho nos olhos apagar...
Espanto-me com a gigantesca aranha de Louise Bourgeois
e sorrio com o 'Cachorro' florido de Jeff Koons quase animado.
Tarjeta comprada e segurança apertada. Galerias a percorrer...
Carros suspensos no átrio ou toneladas de metal em espiral.
Colecções Guggenheim ou Instalações de Jenny Holzer.
Audios e videos no artisticamente ensinar.
Richard Serra e o seu The Matter of Time...

 


Mas, ao avistar figuras/esculturas em argila da China milenar,
o barco 'encontrado' e mais de quarenta peças diversas,
eis que surge o momento de supra-magia no ar!...
O destaque do museu, para o segundo e terceiro trimeste deste ano,
explorava o vocabulário visual e conceptual do grande Cai Guo-Qiang
e os seus quatro domínios: desenhos à base de pólvora de canhão,
 projectos de explosões, as instalações e os projectos sociais,
tudo acompanhado com uma grande vertente multimédia.
 Numa próxima vez debruçar-me-ei mais pormenorizadamente
sobre a obra deste grande artista chinês que foi o pilar da equipa
creativa que realizou a abertura dos Jogos Olimpicos de Pequim 2008!
Impressionado...deixo-vos com o nome da exposição a que assisti...
I Want to Believe!

FerdoS

 

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Maximizando Ernst...



Autodidacta e grande seguidor da corrente Surrealista,
da qual nunca se haveria de separar completamente,
o pintor e escultor alemão Max Ernst acaba por seguir o Dadaísmo,
(movimento non-sense criado na Suiça por escritores e artistas)
sendo fundador do grupo Dada em Colónia.

 

Além de pintor e escultor, este estudante de Filosofia e Psicologia
também se dedicou à poesia e arte gráfica,
sendo o criador de duas técnicas que ficariam conhecidas
como Frottage e Grattage, ambas ligadas ao Surrealismo.

 

 Muda-se para França e após a ocupação desta,
em plena Segunda Grande Guerra,
Ernst é perseguido pelas forças Alemãs e foge para os E.U.América
com a ajuda de Peggy Guggenheim, coleccionadora e futura esposa.
Este novo mundo inspira-o no emergente movimento pós-guerra
conhecido como Expressionismo Abstracto.
Acabaria por regressar e falecer em Paris.

 

Tive a felicidade de ver um pouco da sua abrangente obra em Paris,
mais própriamente no Centre George Pompidou em 1998,
tendo sido dedicada uma das enormes salas ao seu vasto trabalho.
Já conhecia anteriormente a sua obra e ao contemplar a sua mestria
ao vivo, garanto-vos que fiquei deliciosamente fascinado!
Um dos meus Eleitos, sem dúvida!

FerdoS

 


E o Outono chegou...

( Outono - O Fim - 1991 - 50x35 - Colecção privada 9415 )
ϜSΣRRANΦ ©

E o Outono chegou!
Embora seja uma estação que muito me agrada,
sentindo o entranhar criativo da inspiração divina,
sei que muitos a associam ao isolamento e angústias da vida mundana.
Relembro apenas que muitos de nós desejam renascer,
desejam começar tudo de novo,
como uma Fénix procurada e, por vezes, por encontrar...
 E, pergunto eu, existirá melhor estação para que isso possa acontecer?
Ao contrário deste 'Outono - O Fim',
(do 'longínquo e verde' ano de 1991 e coberto de óleos sobre azulejo)
ele deverá ser para os descrentes a estação desse pássaro renascer e,
para os criativos, a estação do mais inspirado saber.
Relembrando sempre que...
 "E Criar é Saber esse Sabor de mais longe Chegar"

FerdoS

domingo, 11 de outubro de 2009

Klimt... Meu Beijo Teu...



 Associado ao Simbolismo e ao movimento Art Nouveau,
este sangue boémio e nato vienense,
iniciou-se por uma primeira fase Histórico-Realista,
onde se fundiam a realidade e a ilusão.
Além de telas,
dedicou-se anteriormente à pintura de painéis decorativos,
murais e ilustrações para a revista que ajudou a fundar.
Envolto na sua austríaca loucura
criou alguns dos mais belos quadros
na viragem do século XIX para o século XX.
Nos seus últimos trabalhos, Gustav Klimt,
assume-se claramente um seguidor da Arte Erótica.
Para sempre ficarão inúmeras obras,
como é o caso de 'A Árvore da Vida'
e destacando-se entre elas a sua obra-prima,
refiro-me obviamente ao seu 'O Beijo'.
 Beijo este que dedico a ti.
 TSK

FerdoS

 

Alquimias Reveladas...

( Alquimias Reveladas - 1996 - 80x60 )
ϜSΣRRANΦ ©

Sendo ela a Medicina Universal,
a Arte Hermética ou a busca da misteriosa Pedra Filosofal,
hoje a Arte Real passou de uma ciência oculta
para uma ciência que coabita com os mais galardoados cientistas
e as mais famosas instituições,
refiro-me obviamente à Alquimia.
Alquimias Reveladas que, sem coincidências,
rima com muitas vidas passadas.
Sorrimos, mais uma vez, ao pensar em Leonardo.
Com tintas e cartões, pós e apáras de madeira,
vernizes, arames e outras poções,
lá voltamos nós ao mundo das grandes questões.

FerdoS

Encontro com Tapies...



Referência para mim e senhor de deliciosas texturas,
começou a sua carreira por copiar obras de Picasso e Van Gogh.
Com uma enorme mestria na pintura e colagens,
utilizando os mais diversos materiais,
como corda, papéis, pó de mármore, mobiliário ou roupa,
o catalão Antoni Tapies percorre as correntes do Surrealismo,
do Informalismo Europeu e da Arte Povera.
Correntes que também identifico em mim.



 Em 1990 inaugura a sua Fundação Antoni Tapies em Barcelona,
local que tentei visitar em 2008,
mas encerrado estava, em obras constatei.
'Reencontrei-o' novamente no George Pompidou pouco tempo depois,
não trocámos palavras, nem gestos de afeição,
mas senti o seu sentir e o momento foi de enorme satisfação.
Voltarei brevemente para uma nova tentativa.
Promessa feita!

FerdoS


sábado, 10 de outubro de 2009

Ter-me-ei esquecido de algo?!...

( Amnésia 1993 - 120x80)
ϜSΣRRANΦ ©

 Fixo este quadro!
Hummm...
Não é tela e, não me parece pintado!
Parece-me estranhamente familiar,
como se o tempo o me pudesse apagar.
Toco-lhe...
Suavemente de mim, rugosamente de si.
Sinto-o.
Relembro uma frase que consigo associar
'Mármore em pó e vernizes a entranhar'
Hummm...
Identifico esse momento, essa forma de expressar.
Recordo essa criação e o prazer da sua finalização.
Sim, afinal não era fácil o seu nome chegar,
pois Amnésia não é boa palavra para se lembrar.

FerdoS

Mestre Leonardo...



Poderia parecer estranho aos mais desatentos
que eu pudesse escolher como minha primeira homenagem
O Mestre Leonardo Da Vinci,
 seria estranho aos desconhecedores dos dons deste homem
e poderia ser estranho também a quem não me conhecesse!
Pois bem, além de um dos maiores pintores de todos os tempos,
também era escultor, compositor, poeta e cozinheiro.
Artista multifacetado em toda a sua plenitude.
Erguendo o cálice ao seu génio universal, relembro ainda,
que se distinguiu como inventor, engenheiro, arquitecto, matemático,
físico, astrónomo, geólogo, cartógrafo e anatomista.
Não vou aqui descrever toda a sua biografia,
pois basta um click no Gran Canal Virtual... Et Voilá!
Referência notável e inspiração quase divina no saber e no conhecimento!
Obrigado Mestre, por depositares em nós um pouco de ti.
Sim... Ele O É!

FerdoS

 

Como o Rio que Corre...


( Azul Profundo - 2006 - 80x60 )
ϜSΣRRANΦ ©

Como o rio que corre, que serpenteia pedra após pedra,
que ano após ano percorre o seu caminho,
o de sempre, da nascente até à foz,
assim é este meu Azul Profundo.
Uma estranha sensação de infindável dedicação,
de enigmas e símbolos que um dia julguei encontrar-lhes uma razão.
Sorrindo na alma e escutando o coração,
julgo ter encontrado em mim o seu motivo
e certamente a sua procurada e desejada conclusão.
Que assim seja... minha inspiração!

FerdoS