sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Kahlil Gibran...O Espírito Rebelde d' O Profeta.

De O Profeta a Espírito Rebelde... 
O poeta e prosador Gibran. 
De Divine World a L'Automne... 
O artista pintor Kahlil. 
No Amor à sua Mary Haskell... 
A Alma e Coração de Gibran. 
Do Libanês Bsharri para a Boston americana... 
O estadista, conferencista e filósofo. 
A quem nunca o apresentei, o meu sincero perdão. 
A quem conhece o seu papel grafitado ou tela esboçada, 
deixo-me sorrir, e para todos sopro o seu entoar... 
Gibran Kahlil Gibran 
جبران خليل جبران بن ميکائيل بن سعد
... 
Do seu Ser, do seu Sentir...
Também por aqui uma parte de mim.
Percorrendo as pontes e ruelas deste Gran Canal facilmente encontramos palavras minhas, palavras tuas, palavras suas...

"A beleza da escrita de Kahlil Gibran transparece em toda a sua obra. A ela se alia uma forma incomparável de descrição dos sentimentos que trespassam a alma humana.
Em Espírito Rebelde, essa característica surge em todo o seu esplendor, como se as personagens que o incorporam erguessem verdadeiros altares a valores tão puros e sublimes como sejam o Amor, a Verdade e a Dignidade."  


"In a distant, timeless place, a mysterious Prophet walks the sands. At the moment of his departure, he wishes to offer the people gifts but possesses nothing. The people gather round, each asks a question of the heart, and the man's wisdom is his gift. It is Gibran's gift to us, as well, for Gibran's prophet is rivaled in his wisdom only by the founders of the world's great religions."

"E o Deus dos deuses separou de si mesmo uma alma e a dotou de beleza.
E deu-lhe a suavidade da brisa matinal e o perfume das flores do campo e a doçura do luar.
E entregou-lhe a taça da alegria, dizendo-lhe: "Só poderás beber desta taça se esqueceres o passado e não te preocupares com o futuro.
E entregou-lhe a taça da tristeza, dizendo: "Bebe dela, e compreenderás a essência da alegria da vida.
E soprou nela um amor que a abandonaria ao primeiro suspiro de saciedade, e uma meiguice que a abandonaria à primeira manifestação de orgulho.
E fez descer sobre ela, do céu, um instinto que lhe revelaria os caminhos da verdade.
E depositou nas suas profundezas uma visão que vê, o que não se vê.
E criou nela sentimentos que deslizam com as sombras e caminham com os fantasmas.
E vestiu-a de um vestido de paixão que os anjos teceram com as ondulações do arco-íris.
E colocou nela as trevas da dúvida, que são as sombras da luz.
E tomou fogo da forja do ódio, e ventos do deserto da ignorância, e areia do mar do egoísmo, e terra pisada pelos pés dos séculos e amassou todos esses elementos e fez o homem.
E deu-lhe uma força cega que se inflama nas horas de loucura e desvanece diante das tentações.
Depois, depositou nele a vida, que é o reflexo da morte.
E sorriu o Deus dos deuses, e chorou, e sentiu um amor incomensurável e infinito e uniu o homem e a alma."

Remembering The Prophet and Spirits Rebellious...
If you didn't read it, let me tell you... It´s Two of a kind!!!

FerdoS

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Guyaco...

( Guyaco - 1993 - 120x80 )
ϜSΣRRANΦ ©

Numa época em que tanto se fala em reciclagem, e a Mãe agradece, pensei em recordar um velhinho quadro de 93. Utilizando madeira de pequenos contentores inutilizados, ripas que já não tinham a quem pertencer, aparas e parafusos singulares, restos de tintas e vernizes de latas passadas, adicionou-se umas quantas chaves de baús já perdidos, e assim o Guyaco nasceu!
Shiuuu...
Tal como esses baús que transportaram segredos que apenas podemos tentar imaginar, também a reciclagem nos deixa a 'Magicar'! Não, claro que não sou contra, como poderia ser! Mas, sejamos sinceros, além de proceder a uma pré-selecção doméstica, ainda temos que a duplamente pagar?!... Basta olharmos com atenção para a folha mensal que nos chega da empresa fornecedora do bem mais precioso.
Lixo variável e lixo fixo doméstico, e o 'Recycle Bin' estará algures por lá...
Ouço alguém ranger os dentes e ditar "É para pagar a recolha!", e eu respondo "Serviços municipaliz...?!... Está bem tá!".
Como diria Manu Chao 'Politik Kills'... me!!!
Talvez esteja frágil com uma cifra sui generis que despendi nos últimos dias, talvez!
Enfim... O melhor será mesmo reciclar, sem MAS, e uns novos Guyaco poderão aparecer.
Uma questão ficou-me ainda a pairar...
Mãe... Será que posso reciclar tudo o que me pareça inutilizável?! :)

FerdoS

sábado, 16 de janeiro de 2010

Números y Constelaciones en el Amor con una Mujer...



Situada no alto do Parque Montjuic, temos a sua fundação, a Fundació Joan Miró. Local que tentei visitar por duas vezes e que, por não pontualidade inglesa, me deixou apenas na entrada. Os seguidores de Evão e Ada lembrar-se-ao d'Una Ponte Catalan. Mas hoje falamos aqui do artista e não da sua fundação e muito menos das minhas assincronias...
...
Estávamos no ano de 1893 e na bela Barcelona nasceria um filho de relojoeiro que se viria a tornar um dos maiores artistas plásticos do Século XX. E como nem sempre filho de peixe sabe nadar, Joan foi pressionado desde tenra idade para seguir o oficio de família, desagradando-o e colocando-lhe uma enorme depressão em cima. - "Comum nos grandes artistas!" - Sim, tens razão.
A doença obrigou-o a deslocar-se para Tarragona, onde se dedicaria inteiramente à pintura, e aonde voltaria, mais tarde, frequentemente em busca de inspiração. Frequentou a Escola de Belas-Artes da capital catalã e a Academia de Gali. Em 1919, depois de completar os seus estudos, visitou Paris, onde entrou em contacto com as tendências modernistas como os Fauvismo e Dadaísmo. Acaba por se instalar em Paris onde encontra Picasso, Maurice Raynal, Reverdy, Trisan Tzara e Max Jacob. Após um período caracterizado por um intenso realismo, acaba por conhecer o fundador do movimento em que trabalharia toda a vida, André Breton, entre outros artistas surrealistas, participando na primeira exposição surrealista em 1925. Trabalhou no mundo do teatro e da dança, iniciando-se com a cenografia, juntamente com Max Ernst, de Romeu e Julieta para o Ballet Russo.

 

A mente de Miró mostrou-se muito criativa ao longo de sua vida. Durante os seus estudos de arte treinava, por orientação dos seus professores, a desenhar objectos que conhecia apenas através do tacto. De olhos vendados, era-lhe dado um objecto e depois desenhava-o para se libertar da aparência real das coisas. Também treinava pintando paisagens gravadas na sua mente. Por vezes, percorria um novo lugar, observava-o e depois voltava para o atelier para começar a trabalhar. Talvez devido a esses exercícios, somados a uma tendência natural, tenham feito de Miró uma mente privilegiada.
Deixou-se influenciar por todas as correntes de arte com que tomou contacto, Cubista, Surrealista, Abstraccionista, sendo facilmente assimiladas nos seus trabalhos, onde tudo ia sendo absorvido, processado, misturado, temperado e apresentado, como uma maneira própria e extremamente rica de interpretar o mundo. Miró procurava mostrar a realidade de uma forma simplificada, quase infantil, simbólica, sem a complexidade e o mistério de um surrealismo tipo Salvador Dali ou René Magritte.
Em 1941, concebeu a sua mais conhecida e bela obra 'Números e constelações em amor com uma mulher'. A sua grande criatividade conduziu-o a experimentar em campos tão diversos como gravura, cerâmica, escultura e tapeçaria. Criador de novas técnicas nos trabalhos de cerâmica e de uma maneira peculiar de exercer o ofício de pintor, Miró foi premiado, agraciado com títulos e homenageado nos quatro cantos do mundo, superando amplamente todas as dificuldades iniciais encontradas na juventude e no início da idade adulta. No fim da sua vida reduziu os elementos da sua linguagem artística a pontos, linhas, alguns símbolos e reduziu a cor, passando a usar basicamente o branco e o preto, ficando esta ainda mais Naif. Com 90 anos, acabou por falecer em Palma de Maiorca, curiosamente num dia de Natal.
...
Els números i les constelacions en l'amor amb una dona!
 Obviamente que me identifico com Joan, com Miró, com a sua inspiração...
Na Simbologia, nas Constelações...  No Todo que é O Amor A Uma Mulher!

FerdoS

 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Forjado em brasas... Leviathan!

( Leviatã - 1992 )
ϜSΣRRANΦ ©

 "Hellraiser inicia com Frank Cotton comprando a um mercador uma antiga relíquia em forma de cubo, conhecida como a Configuração do Lamento. Segundo a lenda, este cubo é capaz de abrir uma passagem para um reino de prazer sensual inimaginável. Em troca do prazer, o cubo exige a alma do utilizador. Assim que Frank resolve o quebra-cabeça e abre o cubo, ele entra numa outra dimensão povoada pelos Cenobitas, criaturas deformadas, vestindo couro preto, que sentem prazer na dor. Só então Frank percebe que a noção de 'prazer' dos Cenobitas não é a mesma que a sua. Ganchos e correntes saem da escuridão, rasgando a carne de Frank e partindo o seu corpo em pedaços. Frank é condenado a uma eternidade nessa outra dimensão, experimentando simultaneamente tortura e prazer... Na última cena do filme, o cubo está de volta às mãos do mesmo mercador que vendeu a caixa a Frank no início. O mercador pergunta a um possível comprador a frase seminal do filme: 'O que lhe dá prazer, senhor?'." - in Wikipedia
...
Leviatã (Leviathan ou Leviatha) é dado na demonologia como um dos quatro príncipes coroados do inferno. É o monstro marinho bíblico, de enormes proporções e rei de todas as criaturas do mar. O seu nome vem do hebraico, e significa literalmente; Serpente Tortuosa, uma referência tanto a sua natureza animalesca como ao seu aspecto oculto. Seu arquétipo refere-se a brutalidade, ferocidade e aos impulsos mais selvagens e não contidos da humanidade.
A descrição visual de Leviatã é sempre a de uma criatura abissal de proporções gigantescas. Segundo os escritos de La Légende Dorêe, datados de 1518, Leviatã é comparável a um dragão, metade besta e metade peixe, muito maior que um boi e absurdamente mais comprido e rápido que um cavalo. Seus dentes são agudos como espadas e possui chifres em ambos os lados da cabeça. O Dicionário Judaico de Lendas e Tradições afirma que os olhos do Leviatã iluminam o mar a noite e podem ser vistos a milhas de distância. A água ao seu redor ferve com o hálito quente de sua boca, o que o faz ser sempre acompanhado de cortinas de vapor escaldante.
...
Durante as grandes navegações do século XIV e XV, Leviatã personificou o medo do Mar e do desconhecido. Nesta época não foram poucos os relatos de que tripulações inteiras dragadas por este ser, que era tido como a besta marinha por excelência que se escondia nas tempestades, destruía portos inteiros e afundava as embarcações.
...
E assim foi forjado em brasas este vermelho Leviatã!

FerdoS

domingo, 10 de janeiro de 2010

Junto ao Tamisa, quisera eu Tatear!...



Junto ao Tamisa...
Nesse cinzento e fresco Outubro... Quisera eu Tatear!
(Tatear?!... O novo acordo ortográfico até que deu jeito neste caso!)
Por aqui passeávamos, eu e os meus frescos afilhados, The Pebble Family! :)
 Moderno e contemporâneo, na sua frente abrandamos e por fim paramos...
Tate Modern London, aqui estamos!
Nesse ano, nesse mês, nesse dia, mesmo ali, junto ao homem que queria no verde nadar, a Ementa dizia...
...
 Louise Bourgeois, uma das mais famosas escultoras deste nosso planeta azul. Ao longo da sua carreira percorreu vários movimentos artísticos Avant-Garde, desde o Abstraccionismo até ao Realismo.
Os seus trabalhos abrangem os mais diversos materiais; gesso, látex, tecido, madeira, luzes, bronze, mármore, espelhos, etc.
Lembram-se da Aranha do Guggenheim em Bilbau?!... Louise, oui!



Nesse londrino cardápio podíamos ler a seguir...
...
Hélio Oiticica, pintor e escultor, um dos artistas mais revolucionários do seu tempo, toda a sua obra experimental e inovadora é prova disso mesmo. Foi mestre na composição abstracta e na instalação, sendo o fundador do Grupo Neoconcreto, e criador da escultura móvel Parangolé!!!
...
Nos Poetry and Dream Collection e Turbine Hall, exibiam-se os trabalhos e as esculturas/instalações da colombiana Doris Salcedo, grande utilizadora de móveis e diversas peças de mobiliário nas suas esculturas, substituindo-lhes o ar familiar, pelo mau estar e algum horror!



E tanto e tanto que um Tate tem para nos dar...
Junto ao Tamisa...
Junto ao Tamisa, quisera eu entrar!

FerdoS

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Dia de Reis em Florença...



Epifania a Firenze! 
 Questa festività viene rievocata con un corteo chiamato la “Cavalcata dei Magi”.
Assim o sonhei...
Assim o escrevi e pintei...
Assim acordei neste chuvoso dia de brandas palavras...
E assim estou, neste 'Dia de Reis em Florença'.



Agarro neste Taschen, neste Botticelli que me inspira ao regresso...
Saudades... Sim, talvez seja apenas uma bela saudade da Vecchia Firenze...
Nascimento de Vénus. Natividade. Vénus e Marte. A Primavera.
Recordo Sandro e os seus trabalhos...
Os Médicis e o seu vasto conhecimento...
Os Reis Magos e a questão da real cor de Baltazar...
Sorrio e deixo-me ficar...
"Entrando na casa, viram o menino, com Maria sua mãe. Prostando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra."



Falemos agora um pouco deste Gran Signore...
Pintor Italiano da segunda metade do Século XV e discípulo de Fra Filippo Lippi. Culto e de temperamento artístico apaixonado, desenvolve uma pintura narrativa e cria a sua própria oficina, começando a trabalhar para os Médicis. Alcança a maturidade com La Primavera e leva a cabo notáveis pinturas murais na La chiesa di Ognissanti de Florença, sua cidade natal. Um ano mais tarde, em Roma, faz parte da equipa encarregada das composições murais para a Capela Sistina.



Regressa a Florença, onde tem numerosas encomendas. Pinta as quatro tábuas da História de Nastagio degli Onesti, seguindo-se uma série referente à Divina Comédia de Dante.
No final da sua vida, deixa de tratar temas mitológicos e profanos e renuncia aos achados da perspectiva, voltando assim a uma pintura medieval.
Contemplemos o notável Sandro Botticelli e o meu Dia de Reis em Florença.

FerdoS

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Mon Amour... Pompidou!



Se existe um Lugar que me eleva neste meu artístico levitar
ele está aqui! Ohhh...minha adorada cidade-luz!... Meu amado Paris multi-cultural!...
Bem no centro desta enorme metrópole, eis o meu Centre George Pompidou.
Mon Amour... Bien sûr.

 

De arquitectura Pós-Moderna ou verdadeiramente High-Tech, o seu nascimento para o novo mundo data de 1977, sendo baptizado com o pomposo nome de um ex-primeiro ministro francês. E digo-vos, ficou-lhe bem.

 

No seu precioso recheio alberga museus, bibliotecas, teatros, ateliers e, evidentemente, uma imensidão de obras de arte que nos satisfazem os sentidos, encantando desde o mais conservador critico de Arte, ao mais liberal visitante ou Belas Artes estudante.

 

Já o visitei por duas vezes, prolongado prazer neste explorar, e desejo novamente pode-lo revisitar. Desta vez, espero, sem deixar alguém à minha espera para um almoço partilhado e um pouco atrasado (Pardonnez-moi mon ami! lol).
Tanto e tanto para ver, para sentir, que seria injusto apenas alguns artistas nomear... Mas, posso-vos confidenciar, muitos dos meus favoritos, sim, estão Neste Lugar!

 

Sigo até ao terraço, visão privilegiada sobre Paris, o Nobre Sentir dá lugar ao Sorriso Universal e por breves instantes julgo ouvir na brisa que me abraça "Não nos atrasemos, pois temos um voo para apanhar!". Um arrepio recorda-me onde estou e...
"Au revoir Mon Amour."

FerdoS

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Riceboy Sleeps...



Jónsi e Alex...são eles os Riceboy Sleeps.
Um projecto, uma banda, um conjunto de formas de arte e instalações. De estranhas sensações e familiares emoções... Muito muito bom!
Encantam-me os seus quadros, as suas músicas, os seus vídeos, o seu Picture Book...
Ahhh!... Como eu adoro o vosso/meu Picture Book!
Utilizo-o sim, como forma de me inspirar (sorriso).
Um autentico achado, descoberto e logo adquirido no concerto dos seus gémeos e trancendentalmente divinos Sigur Rós, aquando a sua actuação no Campo Pequeno.



A sua forma de compor, de partilhar, de transmitir Esse Sentir, fazem-nos viajar algures entre a infância, que  temos sempre presente na boa memória, e uma outonal idade, essa mesma que nos dá tranquilidade e uma especial forma de saborear a essência da vida, o verdadeiro The Meaning of life, como diriam Terry Gilliam and Friends.

 

Poderia ter optado pelo belo 'Indian Summer', ou mesmo pelo flutuante 'All the Big Trees', mas como desta vez uma imagem vale mil sons, optei por uma sequência de imagens que me satisfaz o meu Heart and Soul.
Apreciem-no... Deliciem-se... Transcendam-se... Sintam-no... Intensamente!

FerdoS


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Retrato de Família de Abertura Fácil...


(  Retrato de Família de Abertura Fácil - 1994 - Colecção privada 6153 )
ϜSΣRRANΦ ©

E hoje...
Hoje apetece-me apenas Estar...
Hoje apetece-me apenas Ser...
Hoje apetece-me apenas Aquecer o meu coração e Viver!
Inspirado, talvez, numa viajada tela naif, talvez...
Inspirado, talvez, num retrato de familia, talvez...
...
Como é simples recordar esses primeiros traços, esses acordes de uma melodia que nos faz sonhar, pauta desenhada em breves e semi-breves, com colcheias e claves de sol a acompanhar...
Noutros tempos, noutro lugar...
Como é simples e ingénuo recordar.
'Naif Sensação!'... Podes crer!
...
Hoje apetece-me apenas imaginar como será um simples retrato familiar...
Hoje apetece-me apenas Estar...
Hoje apetece-me apenas Ser...
Só por hoje, assim me chamarei...
Retrato de Família de Abertura Fácil.

FerdoS

domingo, 29 de novembro de 2009

Zao Wou-Ki...




Zao Wou-ki no ocidente ou Zhao Wuji no oriente.
Nascido em Pequim no início dos anos 20 e aluno da Academia de Arte em Hangzhou, onde começou a estudar as técnicas de pintura a óleo.
Chegou nos finais de 40 a Paris, cidade onde aprendeu as técnicas de Litografia e descobriu o Mundo de Paul Klee, mundo este que o iria influenciar por toda a década de 50.
 Nessa época, Zao troca a sua arte figurativa pela lírica abstracta.
 Em 1953, projectou conjuntos e figurinos para o ballet A Pérola, de Roland Petit.



Informalista artista chinês, que pertenceu ao círculo de Henri Michaux, Alberto Giacometti, Joan Miró e Maria Helena Vieira da Silva.
As suas obras, abstractas e poéticas, combinam as influências da arte europeia e chinesa, marcadas pela estética ocidental da abstracção misturada com formas que lembram caracteres ortográficos orientais, o que lhes dá uma riqueza e singularidade única na Arte Contemporânea.
Citação que ficará gravada, será certamente quando Zao se dirigiu às obras de Cézanne e Matisse e as apelidou de 'Apaixonantes'!



Depois de uma ingressão aos E.U. da América, nos anos 60/70, regressa à sua China e cria um conjunto de pinturas a tinta, de acordo com a tradição chinesa.
 Em 1980 aceita o convite para leccionar na École Nationale Supérieure des Arts Décoratifs.
Ao longo da sua extensa carreira recebeu os mais prestigiados prémios e honras pelos quatro cantos do mundo.
Conheci o seu trabalho em Paris, no Centre George Pompidou, e posso-vos afirmar que Foi Amor à primeira vista!
Sorriso Universal ;))

FerdoS

domingo, 22 de novembro de 2009

Pintar ou Escrever?... Esculpir ou Ensaiar?...



'Ser artista de vanguarda, ainda que de vanguarda em crise,  significa, em primeiro lugar, acreditar no conteúdo da verdade da arte. 
Isto é, acreditar que a arte expressa algo de essencialmente verdadeiro que não pode ser alcançado por outros caminhos. 
Em segundo lugar, significa acreditar que esse algo, uma vez revelado,  
possa mudar a relação entre as pessoas e as coisas.' 

( Lorenzo Mammi - Fragmento do texto "Nuno Ramos" 1994 )
 



...Não valerá a pena 'chamar' Shakespeare... Pois não!
Não será To Be or Not To Be... Não desta vez... Pois não!
Nuno Ramos é, também ele, inúmeros instantes de Criação!...
 Escritor, escultor, pintor, desenhista, cenógrafo, ensaísta, videomaker...
Nascido e criado em São Paulo, começa pela pintura em 1983.
Três anos depois, realiza as suas primeiras Instalações.
Vários trabalhos tridimensionais ir-se-iam seguir.
Emprega diferentes suportes e materiais, e trabalha com gravura, pintura, fotografia, instalação, poesia e vídeo.
Recebeu, em 2007, o Grand Award da Barnett Newman Foundation.



Passando pela Literatura, fresca fresquinha será a notícia do primeiro prémio arrecadado na Sétima Edição do PT Literatura 2009, com o seu livro Ó. Publicou, em 1993, o livro em prosa Cujo e, em 1995, o livro-objecto Balada.
Em 2002, publica o livro de contos O Pão do Corvo.

FerdoS

sábado, 14 de novembro de 2009

O Jardim Suspenso de Ébano...

( O Jardim Suspenso de Ébano - 1993 - 80x60 )
ϜSΣRRANΦ ©

Eternizando neste mundo global este meu
'O Jardim Suspenso de Ébano',
 deixemo-nos viajar com um pensamento Babilónico,
nesses jardins que apenas julgamos um dia sonhar,
e ouçamos uma melodia de tempos idos e vividos
onde o Ébano era apenas uma forma negra de estar.
Shiuuu... Deixemo-nos apenas embalar...

FerdoS

 ...
Creatures kissing in the rain
Shapeless in the dark again
In the hanging garden
Please don't speak
In the hanging garden
No one sleeps
In the hanging garden
In the hanging garden

Catching haloes on the moon
Gives my hands the shapes of angels
In the heat of the night
The animals scream
In the heat of the night
Walking into a dream ...

Fall fall fall fall
Into the walls
Jump jump out of time
Fall fall fall fall
Out of the sky
Cover my face as the animals cry
In the hanging garden
In the hanging garden
...
(The Cure)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Dripping Pollock...




Sigo os seus traços harmoniosos, os seus pingos respingados,
o seu Abstracto Expressar...
Tal como ele, também eu coloco as telas no chão.
Tal como ele, também eu me faço sentir dentro desse quadro.
Não usava pincéis nem cavalete.
(Por momentos relembro o seu filme..que tanto me marcou!)
...
Bem-vindos a este Jackson Pollock!



Senhor da técnica de Dripping,
do Automatismo Pictórico, do Action Painting...
Pollock é uma referência na pintura pós-guerra de todo o mundo
e um dos artistas plásticos americanos mais influente
destes séculos XX e XXI.
Curioso imaginar que este universal artista americano
nunca chegou a saiu do seu país!



Personagem polémica e perturbadora, irrequieta e invulgar,
onde o seu mundo da arte é o inconsciente
e os seus signos são um prolongamento do seu interior.
Intenso sentir que o acompanhava,
e que o levaria a oscilar entre o prazer supremo e a escura depressão,
tranformando-o, por fim, num alcoólico. Enfim...
Recordemos então o grande Mestre Pollock!
Vénia, por mim, feita.

FerdoS

domingo, 25 de outubro de 2009

Enock Surreal...



Enock Surreal...
Sim, intitulei-o assim.
Talvez devido ao seu trabalho no crú pano,
talvez pelo seu ensino transcendental, talvez...
Silêncios interiores ou equilibrio das cores.
Imposição de mãos ou meditações em movimento.
So che siete!
Grande amigo e companheiro de 'viagens',
fossem elas centúrianas em espadas
ou poéticas em copas, mas sempre presentes e passadas...
Realidade irreal, pincelada num futuro crente...  
Sapere!




Dedicatória curta para um mestre-cavaleiro,
de tintas ou palavras, de forças e certezas,
que um dia ergueu o seu templo, o seu Acreditar,
bem no epicentro do amor que o iria encontrar.
Vero! 
Nas surreais ou expressionistas telas, nas páginas amarelecidas,
 na ponta de uma tesoura ou no gume de uma Gladius...Criemos!
Seja na Terra, no Ar, na Água ou no Fogo,
criemos o Quinto Elemento!
 E que o seu templo possa para sempre perdurar!
Grazie compagno per tutti i tempi. 

FerdoS



quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Magrebinus Navegar...

( Magrebinus - 1996 - 80x60 )
ϜSΣRRANΦ ©

Percorramos Cartago ou Fez, Tripoli ou Constantina...
Vamos...
Por um instante...numa tela...nesta tela...Viajemos!
Sintamos as suas lendas, os seus contos, as suas Mil e Uma Noites...
Vistamos o Djellaba ou coloquemos o Keffiyeh...
Não é necessário um apressar...
Dirás que temos todo o tempo do deserto para nos abençoar...
Dirás...
Sim, escuto esse silêncio ancestral como escuto o burburinho
que julgo sentir ao entrar numa Medina antes do luar..
Pôr-do-sol...
Escuto... Observo... Sinto-te...
Num Derija de Magrebinus expressar, deixo-me navegar
por ondas de quentes grãos, longe do azul, longe do mar
e onde o céu me sussurra num arábico cativante
"Haaabibi..."
E nessa noite...com um cruzeiro pelo sagrado Nilo fui sonhar...

FerdoS

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Un Monsieur Moleskine...




Quem nunca viu ou possuiu este objecto sem nome?!...
Rectangular e preto. De cantos arredondados
e aconchegado num elástico na mesma cor.
Uma fita marcadora, interior ou exterior, uma bolsa expansível
no recheio e uma lombada costurada que permite que ele
permaneça plano enquanto aberto.
Produzido por um pequeno encadernador francês durante mais
de um século, este companheiro de viagem, de cruzada,
de esboços e anotações, de histórias e idéias, tornar-se-ia lendário.
O seu nome é devido a um tipo de tecido e...e que ele não possui!
Claro que me refiro ao adorado Moleskine.
Percorreu  as mãos e os sentires de artistas e poetas vanguardistas,
imortalizando-se com nomes como Van Gogh, Picasso,
Henri Matisse, André Breton, Ernest Hemingway,
Bruce Chatwin ou Louis Férdinand Céline.



Mas em 1986 a papelaria que os fornecia em Paris
cessou a sua distribuição, ficando-se a saber que o último
fabricante de moleskines, uma pequena empresa familiar
estabelecida em Tours, descontinuara a sua produção
naquele ano, após o falecimento de seu proprietário.
Por incrível que possa parecer a marca Moleskine
foi registrada oficialmente apenas em 1996, por uma
empresa italiana, e voltando a ser lançada dois anos depois.
Mais tarde, em 2006, um fundo de investimento francês
comprou a empresa italiana, voltando assim
o 'Rectangular preto' à sua pátria.
Hoje podemos encontrá-lo nas lojas da especialidade
e até nas grandes superfícies comerciais.
 Em jeito de rodapé, posso afirmar que o Moleskine é:
simples, elegante, bonito e inspirador, 'Un Monsieur' quase perfeito.
E, num esboçado sorriso, sim, também o tenho!

FerdoS



sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Matóri... Mundo este... O seu!...



Fixemos este mundo!
Matóri... O seu.
Amigo de longa data. Amigo de grandes cruzadas.
Expos partilhadas. Primeiros passos trocados.
Amigo das Artes. Amigo meu.
Criou o seu próprio estilo, o seu traço, o seu marcar...
Pintura, poesia, música, escultura e até alquimia.
Senhor da Instalação!...
Relembremos as 'Estruturas para uma Revolução'...
Multifacetado e curioso em tantos saberes, como Leonardo.
O seu nome... Marco Dias.

 

Ainda recordo o seu primeiro grande dia...
O dia em que vendeu a sua mais bela tela,
a mesma que lhe consumiu dias, semanas e meses,
a mesma que ele garantiu tê-lo enfeitiçado!
A mesma que lhe deu bom dinheiro.
A mesma que na capital ficou.
Poderosa senhora que o aprisionou!
A partir desse dia ele renasceu...
...Acreditou...
...e o mundo Matóri apareceu.

 

Percorria a Serra-Mãe e, caminhando e colhendo no entender,
juntava flores, aromas e sabores,
e no almofariz criava as suas cores.
Alquimias inatas num passado presente.
Forte personalidade... verdadeira Alma de artista.
Perdeu-se no seu encontrar, voltou a viver e, mais tarde,
mais uma vez, voltou a desaparecer.
Como os seus criados guerreiros, voltará!
Acredito!
Caro amico... Cari amici...
Hoje, esta nova entrada, é para ti.

FerdoS

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Museu Guggenheim - Bilbao



Agosto. 2009. País Basco. Bilbau.
Sigo pelo meio, bem dentro do jardim, em passos apressados.
À direita tenho a ciclo-via, com skaters e patins alinhados.
Na minha esquerda o rio Nervión, a correr para o Cantábrico mar.
Impaciente, acelero o caminhar, olho para a frente e... Woow!
Não existe foto que se possa aproximar!
Contorno-o sem o brilho nos olhos apagar...
Espanto-me com a gigantesca aranha de Louise Bourgeois
e sorrio com o 'Cachorro' florido de Jeff Koons quase animado.
Tarjeta comprada e segurança apertada. Galerias a percorrer...
Carros suspensos no átrio ou toneladas de metal em espiral.
Colecções Guggenheim ou Instalações de Jenny Holzer.
Audios e videos no artisticamente ensinar.
Richard Serra e o seu The Matter of Time...

 


Mas, ao avistar figuras/esculturas em argila da China milenar,
o barco 'encontrado' e mais de quarenta peças diversas,
eis que surge o momento de supra-magia no ar!...
O destaque do museu, para o segundo e terceiro trimeste deste ano,
explorava o vocabulário visual e conceptual do grande Cai Guo-Qiang
e os seus quatro domínios: desenhos à base de pólvora de canhão,
 projectos de explosões, as instalações e os projectos sociais,
tudo acompanhado com uma grande vertente multimédia.
 Numa próxima vez debruçar-me-ei mais pormenorizadamente
sobre a obra deste grande artista chinês que foi o pilar da equipa
creativa que realizou a abertura dos Jogos Olimpicos de Pequim 2008!
Impressionado...deixo-vos com o nome da exposição a que assisti...
I Want to Believe!

FerdoS

 

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Maximizando Ernst...



Autodidacta e grande seguidor da corrente Surrealista,
da qual nunca se haveria de separar completamente,
o pintor e escultor alemão Max Ernst acaba por seguir o Dadaísmo,
(movimento non-sense criado na Suiça por escritores e artistas)
sendo fundador do grupo Dada em Colónia.

 

Além de pintor e escultor, este estudante de Filosofia e Psicologia
também se dedicou à poesia e arte gráfica,
sendo o criador de duas técnicas que ficariam conhecidas
como Frottage e Grattage, ambas ligadas ao Surrealismo.

 

 Muda-se para França e após a ocupação desta,
em plena Segunda Grande Guerra,
Ernst é perseguido pelas forças Alemãs e foge para os E.U.América
com a ajuda de Peggy Guggenheim, coleccionadora e futura esposa.
Este novo mundo inspira-o no emergente movimento pós-guerra
conhecido como Expressionismo Abstracto.
Acabaria por regressar e falecer em Paris.

 

Tive a felicidade de ver um pouco da sua abrangente obra em Paris,
mais própriamente no Centre George Pompidou em 1998,
tendo sido dedicada uma das enormes salas ao seu vasto trabalho.
Já conhecia anteriormente a sua obra e ao contemplar a sua mestria
ao vivo, garanto-vos que fiquei deliciosamente fascinado!
Um dos meus Eleitos, sem dúvida!

FerdoS