sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Sigur Ros @ Campo Pequeno Lx


O dia de S. Valentim ficou marcado por mais um episódio no já longo romance entre os Sigur Rós e os seus fãs portugueses. Depois do arranque da digressão no Coliseu do Porto, na noite anterior, esta quinta-feira foi a vez do público lisboeta voltar a enamorar-se pelo pós-rock tão singular e único vindo do frio islandês.
Durante quase duas horas, a arena do Campo Pequeno foi palco de um sem número de juras de amor vindas da plateia, sussurradas entre vagas de calma melódica e crescendos de distorção até ao êxtase que emanavam do palco. E, tal como há cinco anos na mesma sala, a caixinha de música chamada Sigur Rós aqueceu os corações dos já apaixonados seguidores.
Blindada por um ténue véu que transformou cada elemento em silhuetas musicadas, a banda islandesa apresentou uma novidade logo ao primeiro tema. A primeira de quatro novas canções estreadas nesta digressão, «Yfirborð» cumpriu o seu papel introdutório a um espetáculo audiovisual rico e com contornos épicos.
Na caixa de pano animada e colorida com projeções, Jónsi Birgisson, Goggi Hólm e Orri Páll Dýrason estiveram acompanhados por uma banda completa que incluiu secções de cordas e de metais, numa sobreposição perfeita de camadas sonoras.


Resgatada ao cada vez mais longínquo ano de 1999, «Ný Batterí» partiu da distorção das cordas rasgadas pelo arco de Jónsi - uma silhueta negra quase diabólica - e seguiu calmamente o seu destino até ao despertar rítmico da bateria de Orri.
Já a descoberto, cara a cara com uma plateia que encheu a arena para escutar quase silenciosamente cada melodia, os Sigur Rós foram reacendendo as paixões do público por temas mais antigos, como «Sæglópur» e «Hoppípolla», e saíram vitoriosos com novas conquistas ao som do recente «Varúð» (o único tema do último disco) e do novo e elétrico «Brennisteinn».
A corrida final desenfreada nos pratos da bateria em «Glósóli» também arrancou longos aplausos durante a primeira hora e meia de concerto.
No encore, um «Svefn-g-englar» cantado na voz quase angelical de Jónsi, e o crescendo até ao clímax explosivo de «Popplagið» foram as pinceladas finais num bonito quadro pintado com emoções que vão muito para além de qualquer barreira linguística entre o português e o islandês (ou o vonlenska, idioma criado pela própria banda).
E por isso mesmo, nem foram precisos muitos agradecimentos verbais, salvo um ou outro «thank you» vindo de Jónsi. As palmas e os sorrisos estampados nas caras de um lado e do outro diziam tudo. Foi uma boa noite no Campo Pequeno e mais uma história de amor com final feliz.


Words: João Carneiro da Silva / Photos: Zegenio, João Palma


domingo, 23 de dezembro de 2012

Abstract to Reality...

'Young Xiao' - FSerrano '10

Many people come to me and ask 'How can I see reality from an abstract painting?'... Well, using your imagination and a little of magic inside of you, you can see it! 
See this example, do you remember my abstract 'Young Xiao'? 
( http://fernando-serrano-visual-artist.blogspot.pt/2010/10/o-jovem-xiao.html )
Yes. Now, let´s sketch it/him...


Pick this ink spot and a few drops of magic...
Draw a boat (portuguese caravel). A bag (unbranded). A photo (Amsterdam)...
Now, draw a chinese hat, jacket, pants and shoes... Et voilá!
So simple, just use your Imagination! ;)

FSerrano

https://www.facebook.com/FSERRANO.Contemporary.Artist

sábado, 24 de novembro de 2012

Julião Sarmento em Serralves...


Todas as galerias do museu, a capela, a antiga Casa de Serralves e até alguns espaços exteriores: Noites Brancas, a maior retrospectiva de sempre de um dos mais importantes artistas contemporâneos portugueses, é uma exposição imponente. Mais de 160 obras marcando praticamente todo o território de Serralves, incluindo um conjunto de performances que o artista quer manter em segredo até à inauguração...
Não é a primeira vez que Julião Sarmento expõe neste museu do Porto, mas já se passaram mais de 20 anos e se o trabalho de Sarmento, no essêncial, se mantém idêntico, "Serralves mudou muito": "Está maior, mais glamoroso e tornou-se num dos museus mais importantes de Portugal, com fama internacional", diz o artista...


É certo que Julião Sarmento fez parte do grande movimento do regresso à pintura na arte contemporânea do pós-guerra e esteve presente na importante e histórica Documenta 7 de Kassel, comissariada em 1982 por Rudi Fuchs - justamente o acontecimento que marca esse regresso, Mas para o artista essa presença "foi uma contingência". Depois do abandono "fundamentalista" da pintura, há um retomar da tela e surgem as famosas telas de fundo branco de Julião, que ficam entre a pintura e o desenho. Trabalhos famosos talvez porque "constituam um momento de síntese" e por pertencerem a uma época em que o artista português teve "muita visibilidade", mas cuja popularidade ele "na verdade" não sabe explicar: "Talvez essas telas sejam muito reconhecidas porque não é normal um artista trabalhar sobre tela e fazer pinturas que não são pinturas, mas desenhos." Nesses trabalhos, Sarmento abandona a cor, a mancha e o modo de composição que até então tinha usado; no seu lugar surgem desenhos de mulheres em diferentes situações.


Sarmento tem em si profundamente gravada a consciência de cada peça. Trata-se de um saber a própria obra que confere singularidade e irrepetibilidade aos diferentes gestos, ideias, sentimentos e pensamentos que fixou numa tela, num desenho, num filme. Quando fala deixa ver que para ele não há "obras": cada obra tem um nome próprio e contém um tempo e uma vida de que não se quer libertar, que não quer esquecer.

Words by Ípsilon/Público

sábado, 13 de outubro de 2012

Trienal Movimento Desenha' 2012


O Reitor da Universidade do Porto, o Presidente da Associação Divulgadora da Casa-Museu Abel Salazar e a Diretora da Casa-Museu Abel Salazar convidam V.Exa. a estar presente na inauguração da exposição de desenho integrada no projeto Trienal Movimento Desenha' 2012, que terá lugar no próximo dia 13 de outubro, sábado, pelas 17h00 na Casa-Museu Abel Salazar.


P.S. Alguns dos meus reais/surreais peixinhos estarão a nadar/voar por lá...

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Atelier Susana Tavares


"I'll share with you, what inspires me, what makes me laugh, colors, words that come straight to my heart, images that nourish my soul, and make me dream and keep on creating."  Susana Tavares

Be welcome... and...
...Inspiring the very best within you
@

Artshow 2012 Caldas da Rainha

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Artshow 2012 Caldas da Rainha


Car@s Amig@s,

Começou a contagem decrescente... a maior exposição de Artes do país está a chegar! O Artshow Caldas da Rainha está à porta, é já nos dias 6 e 7 de Outubro de 2012. Estarão presentes, aproximadamente 280 artistas e um vasto leque de órgãos de comunicação social, adornados por workshops, concertos de bandas portuguesas e composição/performance de diversas artes ao vivo. A não perder!!!
Organizem a vossa agenda e visitem-nos
Até já...

Organização: Paula Mendes Lda
Apoio: Adio / Expoeste /CM Caldas da Rainha 
Local: Expoeste, Caldas da Rainha 
Datas de exposição: 2012, Outubro: 06/07
Horário: Sábado 6 das 14h às 24h; Domingo 7 das 10h às 20h

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Meu Estranho Mundo...


Porque Adoro o que esta minha artista amiga Cria!
Porque temos que divulgar o Belo!
Porque a Magia acontece por aqui!

"Meu Estranho Mundo" by Ale Magrini

Se estiverem por perto, entrem, e deixem-na percorrer-vos assim!

FerdoS

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Joana Vasconcelos @ Palace of Versailles


This year contemporary art is represented at Versailles by Joana Vasconcelos. After the American Jeff Koons, the Japanese Takashi Murakami, and the Frenchmen Xavier Veilhan and Bernar Venet, she is the first woman, as well as the youngest artist, to tackle the unsurpassed historical benchmark that is the Château of Versailles.

The approach of the Portuguese artist Vasconcelos, born in Paris in 1971, consists of the reappropriation of everyday objects which she transforms using inventive and unexpected techniques. These displacements produce hybrid objects made with azulejos (glazed ceramic tiles) and crochet work (a French word appropriated and amplified by the work of Portuguese women): they are stitched together, welded, gilded, etc. In a word, they undergo a metamorphosis.
As Vasconcelos puts it, “The Palace of Versailles is the place of art par excellence, where artists have always felt at home, displaying their work in it not as an exhibition space but as a setting totally imbued with art. It is a full, complete and rich place where it seems that nothing can be added. It is the ideal setting for celebrating audacity, experimentation and freedom, where creative talent is appreciated like in no other place.”
Make sure to pass by this stunning art exhibit between 19 June to 30 September 2012.


Words and Photos by Khaleelesque

terça-feira, 17 de julho de 2012

150 years to you, Gustav!


Austrian painter Gustav Klimt was born 150 years ago. 
He stirred up a number of scandals during his lifetime, 
but was also extremely successful,both as an artist and a ladies' man. 
Today, Klimt's paintings are known the world over. 
In 2006, his portrait of Adele Bloch-Bauer changed hands for 110 million euros, 
setting a record at the time for the world's priciest painting.

FerdoS

Words: Mediacenter - Photo: Gustavo Leal

quinta-feira, 28 de junho de 2012

René & Georgette Magritte


At the age of 16, René Magritte met Georgette Berger, the girl who would be his future wife and creative muse. A year later, in 1914, he left Georgette behind, and he enrolled at the Academy of Fine Arts in Brussels to learn how to paint with all the "proper" techniques usually attributed to artists who worked in the figurative style, his plan was to master these techniques before breaking free of them. He would not see his beloved Georgette again until 1920, when by chance he would meet her at an art supply store. In the fall of 1923, René married Georgette, a wallpaper artist, and, by the way, René Magritte was a surrealist and dadaist artist ;)


The Lovers - 1928

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Poeticamente falando, já encomendou?!...


Em jeito de appetizer coloco aqui um trecho de uma das brilhantes prosas poéticas presentes nesta  Poética I, sentidas e escritas assim por GM.

"Hoje apetece-me falar p'ra ti. Sem dizer o teu nome ou denunciar-te aos 'Outros', apetece-me apenas falar p'ra ti  e sente, como se eu te agarrasse outra vez, apaixonada p'lo teu toque... 
Sente como ontem. Sabes?!
Há dias em que escrevo ébria de tanta saudade, louca de tanta amargura, insana talvez se é insano o Amor... E há outros... Há outros dias dentro desse infinito calendário que sem pedir licença, corre... vadio infiel... viciado num amanhã que eu pinto já no teu aroma... " GM

Apadrinhando o lançamento da Poética I, da Editorial Minerva, com a participação de 86 autores, ouso pergunta-lhe: Já encomendou?!...


                                              http://paixoesemleque.blogspot.pt/


                                                              by FerdoS

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Sem hesitar, deixei-me cair... uma e outra vez

O luar iluminava todo o bosque e o contorno da serra que se avistava bem ao fundo. 
Eu, ali estava, ajoelhado naquele soalho, fixado numa infinita tela que me pedia algo mais. Sabia-a incompleta e no entanto não lhe avistava um fim próximo.
Fixo num padrão azulado, ali estávamos nós. Eu e ela, os pincéis e as tintas, a noite e o tempo.
Aproximei-me um pouco mais da tela e disse-lhe "E agora minha amiga?...O que fazemos?...".
Assentei a cabeça no pano em tempos cru e observei-a de uma outra perspectiva. 
Pela primeira vez num novo ângulo - pensei. 
E durante uns longos minutos ali fiquei, imóvel...
Não havendo coincidências, as cores das formas e as formas das cores, mexeram-se! 
Sem explicação aparente e credível o quadro ganhara vida. Tudo se mexia e contorcia de uma forma suave e serpentada, parecendo um rio a correr da nascente para o encontro com Neptuno.
De forma a satisfazer a curiosidade inata e humana, ergui a mão e ao baixa-la novamente, toquei-lhe. 
O nosso encontro sensorial foi tudo menos físico. A minha mão passou a camada de tinta por mim aplicada, o preparo à base de cola, tinta branca e china clay, o pano cru e continuou, directamente para onde o soalho deveria estar, mas não estava!
Retirei a mão rapidamente e senti-a completamente molhada. Água. Um fio desse liquido precioso escorria-me agora pelos dedos.
Um calor de excitação apoderou-se de mim!
Levei os dedos aos lábios e saboreei-a. Sem dúvida, água no seu estado natural mais salgado. 
"Água do mar !", exclamei.
Voltei a mergulhar a mão... depois o braço... a outra mão... e por fim, sem hesitar, deixei-me cair...


Encontrava-me agora a flutuar num mar de um azul luar!
O primeiro instinto foi o de procurar subir e respirar, mas reparei que não estava a sufocar, antes pelo contrário, respirava, como se tivesse guelras no lugar dos pulmões.
Sentia essa água... como um fluído... como sangue que nos corre nas veias e artérias...
Que sensação estranha e ao mesmo tempo deliciosa...
Parecia que tinha retrocedido no tempo e estava novamente numa fase pré-natal.
A luz fornecida pelo satélite natural entranhava-se na água, dando-lhe uns tons familiares e relaxantes.
Aquele Azul...
Olhando para baixo reparei que o leito desse mar era coberto de uma areia fina e a curta distância de mim, existindo pelo meio umas verdejantes e viçosas algas, enraizadas por entre umas rochas que por ali estavam desde sempre.
Admirando o majestoso novo mundo que me rodeava, ali fiquei por momentos de infinito prazer...
Com leves movimentos de braços ou pernas, conseguia-me deslocar para cima e para baixo, para a esquerda e para a direita. Helicoidando o corpo, conseguia rodopiar e aos poucos e poucos parecia dançar.
Com a música na minha cabeça e todo um palco subaquático ao meu dispor, o actor e o publico fundiam-se num só ser.
Por vezes sentia as algas a taparem-me o luar, como se o pano fosse correr e nova peça iniciar.
E as melodias prosseguiram. E as coreografias prosseguiram. Até que os movimentos levaram-me à exaustão.
Cansado e feliz, procurei um bom nicho na macia areia e repousei. Fechei os olhos e sorri. E ali fiquei...

Texto: excerto de 'Sem hesitar, deixei-me cair...' by FerdoS 
Foto: FSerrano

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Simbolismo...

  Simbolismo, entre o Romantismo e o Expressionismo, e numa breve abordagem, foi uma característica da pintura europeia nas últimas décadas do Século XIX (em especial entre 1880 e 1890), nomeadamente na França, Rússia e Bélgica, apesar de não ter sido realmente organizado como um movimento.
     Possuia estreita ligação com o movimento poético simbolista. Rejeitava as formas naturalistas e realistas e principalmente o conceito, bastante comum na época, de que a arte só poderia ser realizada através de imagens não abstractas que representassem com fidelidade o mundo real.
     O poeta Jean Moréas foi um dos primeiros a rejeitar tais ideias artísticas no seu Manifesto Simbolista publicado em 1886, defendendo a aproximação da ideia numa forma sensível, geralmente espiritual ou mística, representando a vida interior do homem. Um dos maiores exemplos deste familiar Simbolismo será sempre o muy famoso O Grito (1893) do norueguês Edvard Munch...


FerdoS

terça-feira, 17 de abril de 2012

M50 - Moganshan Lu nº50, Shanghai



Nova York tem o Meatpacking District. Londres, o Hoxton. Xangai tem o Moganshan Lu (Lu, Rua em mandarim). Embora seja conhecido como Rua, este parque industrial repleto de armazéns junto ao rio Suzhou, foram no passado uma boa alternativa para as altas rendas pagas pelos artistas em ambientes pequenos, noutros bairros da cidade. Esta região, que desde 1930 abrigava somente antigos depósitos e fábricas, começou a tornar-se mais artística em 2000 quando um artista oriundo de Xangai, Xue Song, reformou um dos espaços , mudando-se para lá.

Também conhecida por M50 (Moganshan nº50), conheceu então uma enorme transformação. Aqui começou a grande revolução na expressão artística de Xangai – agora em alta - com a abertura de estúdios de grandes nomes da arte mundial.
Zhou Tiehai, Gu Wenda e Wang Xingwei, são alguns desses nomes orientais, entre tantos outros ocidentais.

Começava a peregrinação para jovens artistas, “art dealers” e apreciadores de Arte Contemporânea, Graffiti e obviamente Pop Art chinesa.
Actualmente, para além de lojas para iniciantes nas artes, boutiques de design locais, móveis art deco e cafés, existem galerias de arte contemporânea como a Shine Art Space, a M97 e a muy famosa  ShanghART.
Nesta 'minha' Ásia familiar, um local artisticamente mágico a visitar...

FerdoS

sexta-feira, 23 de março de 2012

Molly Rausch e o Mundo para lá de um Selo


artista americana Molly Rausch desenvolve um projeto especial de pintura de selos. Com pincel, aquarela e guache, Molly dá asas à imaginação e cria a extensão para a imagem que encontra estampada no adesivo. 
"É divertido pensar quantas histórias tem um único selo postal:a história da imagem impressa sobre ele, a história da viagem física através do sistema postal, e agora uma terceira história criada com pincéis." 

Illustratus'12

quarta-feira, 14 de março de 2012

Encontro em Montmartre...


Hoje fui a Montmartre... apeteceu-me revisita-la para um encontro.
Não existe outro lugar onde Paris seja mais parecida com a Paris que uma parte de mim ainda recorda. As ladeiras da “colina” com infindáveis escadas. Dezenas de cafés e pequenos restaurantes com mesinhas nas calçadas. Museus e artistas pintando nas ruas. Essa Paris, sim...
Recordo a viragem de século, XIX para XX, onde esse bairro era o local por excelência da vida boémia de Paris. Existiam ateliers de pintores como Renoir ou Picasso. Residências e frequentes visitas de alguns ilustres 'desconhecidos'. Degas, Cezanne, Monet e Van Gogh seriam alguns deles. As dançarinas mostravam as coxas no Moulin Rouge e faziam agrados a quem pudesse pagar, enquanto Tolouse-Loutrec caricaturava tudo e todos sem um simples esboçar de misericórdia.
O lugar era a noite perfeita da Paris da Belle Époque.

 

A história da 'Colina' já aqui foi contada recentemente, bem como do seu sagrado Taj Mahal parisense. 
Eu disse Taj Mahal?!... Bom, talvez uma influência do orientalismo que se respirava na Europa nessa segunda metade do século XIX.
Mas, Montmartre é um misto de sensações. Ora de descoberta nossa, interior, ora de descoberta sua, exterior. Instantes de contemplação num déjà vu secular.
A modelo, sentava. A artista, pintava. A turista, passeava.
O café, pousado na chávena do Cher Eugéne, o cinzeiro metálico e o mapa da cidade-luz, seriam apenas o mais belo pretexto para um encontro... O Encontro...
O meu próprio (re)encontro em Montmartre.

 

Words and photos (2008) by FerdoS

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Senses by FSerrano - XXVyears



'Senses by FSΣRRANΦ - XXVyears'

Exposição individual de Fernando Serrano na comemoração dos seus 25 anos de Arte Contemporânea.
Patente ao público de 25 de Janeiro a 25 de Fevereiro de 2012 (9h-22h), no Espaço Strong Garden, Estrada da Algodeia Nº21A, em Setúbal. Aguardamos a sua visita...

"Fernando Serrano nasceu na cidade de Leiria, em 1969. Autodidacta de formação, iniciou-se nas Artes Plásticas em finais de 80. Inicia a participação em exposições colectivas e individuais, em 1991. Ao longo desses anos vai-se verificando uma gradual incursão em trabalhos tridimensionais na própria tela, recriando-se entre o Expressionismo Abstracto, o Surrealismo, o Informalismo Europeu, a Arte Povera e o Simbolismo. Opta então por técnicas mistas, que além do acrílico e óleo, recorrem a madeira, pó de mármore, arame, tecidos, pólvora, metais, peças de mobiliário, vernizes e chaves. Continua a sua progressão artística e criativa, assimilando experiências em viagens e movimentos em que se identifica, procurando novas técnicas e materiais que possa aplicar nas suas obras. Alguns dos seus quadros encontram-se actualmente em colecções particulares, espalhados pelo Grande Porto, Grande Lisboa, Alentejo e Península de Setúbal, onde reside, trabalha, pinta e escreve." Gisela Mendonça

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sacré-Cœur...

A Basílica do Sagrado Coração ou, como é conhecida por todo o mundo, Sacré-Cœur é uma igreja católica romana situada no ponto mais elevado de Paris, em Montmartre, e é um marco deliciosamente familiar na Cidade-Luz.

Existirá melhor localização para os amantes se encontrarem, trocarem promessas de amor e um qualquer artista poder eternizar?!...
Não creio.

Desde os tempos mais antigos, Montmartre foi sempre um lugar de culto. De druidas, de gauleses, de romanos e os seus templos dedicados aos deuses Marte e Mercúrio, de católicos, com a igreja de São Pedro construída perto da Abadia Real de Montmartre no século XII pelo rei Louis VI e a sua esposa Adelaide de Sabóia, até que finalmente o Sagrado Coração erigido no fim do século XIX. 

O local onde está Sacré-Cœur é tradicionalmente associado à decapitação de Saint Denis, patrono da cidade desde o século III. De acordo com a lenda o bispo Denis, depois de martirizado, pegou na sua cortada cabeça e carregou-a por muitos quilómetros rumo ao norte onde se localiza hoje a cidade de Saint Denis. 
O monte foi posteriormente o local de uma grande Abadia Beneditina, que acabou por ser destruída durante a Revolução Francesa.

Depois de a França ter sido derrotada pelos Prussianos em 1870 na guerra Franco-Prussiana (e sofrendo as suas consequências), após a Comuna de 1871, a basílica foi planeada como oferenda de expiação e um voto de confiança para curar os infortúnios da França. 

A Basilique du Sacré-Coeur foi projectada pelo arquitecto Paul Abadie num estilo arquitectónico Romano-Bizantino. A sua pedra inicial foi colocada em 1875 e só foi terminada em 1914. 
Foi aberta oficialmente como igreja em 1919, após o fim da Primeira Guerra Mundial. 

Words by FerdoS
Moleskine sketch 'Sacre Coeur 2008' by FSΣRRANΦ 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Nuno Sá, açoriano azul marinho...


O Epson World Shootout, um concurso com características únicas que decorre  em todo o mundo, atribuiu o primeiro prémio da categoria "Grande Angular"  à fotografia de Nuno Sá, que mostra um tubarão azul junto ao banco submarino  "Condor", no mar dos Açores. 
O fotógrafo português, especializado em vida marinha selvagem e considerado  um dos melhores do mundo, disse à Lusa que também conquistou o quarto lugar  na mesma categoria "Grande Angular" com uma imagem de jamantas (da família  das raias) tirada junto ao banco submarino "Princesa Alice", nos Açores.
O Epson World Shootout decorreu durante todo o mês de agosto, período  em que milhares de fotógrafos amadores e profissionais recolheram as imagens  que submeteram à apreciação do júri. 
Na edição deste ano concorreram 226 fotógrafos de 27 países, desde a  China à Papua Nova Guiné, que apresentaram 1.556 imagens a concurso. 

Este foi o terceiro prémio internacional de relevo conquistado este  ano por Nuno Sá, que é um dos fotógrafos mais premiados a nível mundial  na área da vida marinha selvagem. 
O fotógrafo, que vive há vários anos nos Açores, foi recentemente distinguido,  também com imagens de tubarões azuis, no Wildlife Photographer of the Year,  considerado o maior concurso de fotografia de natureza a nível mundial,  e no Natures Best Photography, o principal concurso de fotografia de natureza  que se realiza nos Estados Unidos. 
Photos by Nuno Sá; Words by Lusa; Powered by FerdoS

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O mundo de sonhos de Chiho Aoshima

Strawberry Fields - Chiho Aoshima 2003

Chiho Aoshima é uma artista contemporânea japonesa que nasceu na cidade de Tóquio em 1974. A sua pintura identifica-se muito com o Pop Art, Simbolismo e Surrealismo. Frequentou a Hosei University, de Tóquio e foi artista residente na Art Pace em San Antonio, EUA, em 2006. Actualmente vive e trabalha em Tóquio.

Chiho Aoshima exhibition at Gloucester Road tube station - London

Esta jovem artista gráfica começou a sua educação artística nos estúdios de Takashi Murakami (fundador do movimento pós-moderno Superflat) sem formação artística formal. Mais tarde, 1999, inicia exposições colectivas, seguindo-se as individuais por todo o globo. 
Os seus trabalhos envolvem muitas vezes cenas de sonhos e paisagens surreais, incluindo fantasmas, demónios, natureza e jovens mulheres. 
Aoshima imprime imagens em grande escala, utilizando impressoras profissionais de grande porte,  principalmente em papel, mas também recorrendo a materiais como couro e superfícies em plástico, dando assim diferentes texturas aos seus trabalhos. Recentemente, 'descobre' a escultura e a animação aliadas a uma crescente projecção internacional.

We are battered by nature, we are loved by nature - Chiho Aoshima 2007

"My work feels like strands of my thoughts that have flown around the universe before coming back to materialise." 


FerdoS

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Louise Bourgeois...a mulher-aranha.


Nascida em Paris, no dia de Natal de 1911, e residente em Nova York desde 1938, Louise Bourgeois foi uma das maiores artistas da segunda metade do século XX e início de XXI. O seu trabalho, que tem percorrido o Surrealismo, o Expressionismo Abstracto e o Minimalismo, oscilando entre a geometria abstracta e realidade orgânica, escapa a todas as tentativas de classificação artística. Ela desenhou, pintou, esculpiu, criou enormes instalações, gravuras e um infinito número de objectos, utilizando todos os tipos de formas e materiais (madeira, papel, metal, látex, tecido, mármore, etc).

"De forma a expressar as insustentáveis tensões familiares, eu tinha de expressar a minha ansiedade em formas que eu pudesse modificar, destruir, e reconstruir"


Baseada na sua memória, emoção e reativação das lembranças de infância (fala muitas vezes na sua mãe protectora, daí a sua aranha gigante), Louise Bourgeois seguiu uma abordagem subjetiva, trazendo para a arte conceitos feministas e psicológicos antes de estes fazerem parte da cultura popular, marcando as suas exposições por uma intensidade emocional e erótica.

"A 'Aranha' é uma ode à minha mãe que era a minha melhor amiga. Como uma aranha, minha mãe era uma tecedeira. A minha família restaurava tapetes e a minha mãe dirigia a oficina. Como as aranhas, minha mãe era muito inteligente. Aranhas são presenças amigas que comem mosquitos. Sabemos que os mosquitos espalham doenças e são por isso indesejáveis. As aranhas ajudam e protegem, tal como minha mãe".


Em 1949 realizou a sua primeira exposição de escultura e, nos anos de 60 e 70, os seus conteúdos tornaram-se mais sexualmente explícitos. O seu trabalho começou a ser apreciado e reconhecido na década de 70 como resultado da mudança de atitude em relação ao feminismo e ao pós-modernismo. Em 1992 desenhou o pavilhão americano na Bienal de Veneza e participou na Documenta 9 em Kassel.
A sua obra está presente nas coleções de museus como o British Museum, Londres, Guggenheim Museum, Nova Iorque e Bilbau, Kunstmuseum Basel, Basileia, Musée National d'Art Moderne, Centre Georges Pompidou, Paris, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid, Tate Gallery, Londres ou o Whitney Museum of American Art, Nova Iorque.
Louise Bourgeois morreu, calma e serenamente, em Nova Iorque, a 31 de Maio de 2010 com... 98 anos!

FerdoS

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

XVII Galeria Aberta de Beja 2011


Inaugurou a 12 de Novembro e decorre até 30 de Dezembro, em Beja, a XVII Galeria Aberta, uma exposição colectiva que tem batido sucessivos recordes de participantes. Este ano, a exposição conta com 303 artistas regionais, nacionais e internacionais, cujas obras de Pintura, Escultura, Desenho, Gravura, Serigrafia e Fotografia, foram distribuídas por três locais: Galeria dos Escudeiros, Hospital da Misericórdia (Hospital velho) e Casa do Governador, no Castelo de Beja. O motivo da dispersão deve-se às obras de requalificação do Museu Jorge Vieira, cuja conclusão estava prevista para novembro, e ao elevado número de obras a expor.


Das trezentas e três obras expostas, eis as apresentadas por Fernando Serrano, André Lança, Susa Monteiro e Carlos Ribeiro. 
Uma visita a colocar na agenda, e a cumprir antes do novo ano chegar...

FerdoS

sábado, 29 de outubro de 2011

Fernando Brizio... Design made in PT


"Figura emblemática do design, Fernando Brízio surpreende com cada nova peça. Cria objectos simples, inteligentes e carregados de humor. Seria a pessoa certa para conceber os cenários de uma história de Lewis Carol. A sua obra não tem respostas. Tem perguntas. O design é uma profissão ou uma filosofia?"

Fernando Brízio nasceu em Huila, Angola em 1968.  Termina em 1996 o curso de Design de Equipamento da Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Tem vindo a desenvolver, desde 1999, projectos de design de produto, cenografia e Expos

para a Authentics, Details, Protodesign, Atlantis, JM Glass, Droog Design, Coreógrafo Rui Horta, Modalisboa, DIM-Die Imaginäre Manufaktur, Intramuros, Fabrica/Benetton, Schréder, Lux/Loja Atalaia e Cor Unum.

Fernando Brízio sempre se destacou no panorama nacional, e cada vez mais no internacional, onde as suas propostas sempre foram conceptuais, deixando muitas vezes a estética do objecto ser ultrapassada. Mas ultimamente as suas propostas têm conseguido juntar essas duas vertentes, e com grande efeito.
Na exposição Tabourets, na Kreo em 2007, participou com o "banco em trompe l’oeil" Alice, que mais não é que, de forma brilhante, uma mesa de cabeceira “arquetipal” reduzida a uma imagem bidimensional (um wall sticker de PET, colado à parede) com uma gaveta tridimensional de madeira (na figura abaixo What You See is Not)Com esta proposta esteve também na Design Miami



Consciente do papel do designer enquanto construtor de um mundo artificial que o ser humano vai habitar, Brízio trabalha os objectos enquanto “suportes de relações” com o corpo, através da quais experienciamos a realidade. Esta intuição sensível informa projectos onde o humor, a subjectividade e a emoção se aliam a uma consciência aguda do funcionamento dos objectos e seus utilizadores num contexto que é não apenas físico mas também sócio-cultural, político e económico.
A concretização dos projectos constitui-se num processo de acumulação de valor e significado. Nele, o designer conduz um diálogo com os materiais e as oportunidades que estes ocasionam, os artesãos a que recorre, as particulares dos lugares onde trabalha. É nesta articulação de sensibilidades que a obra de Fernando Brízio revela o seu potencial configurador do mundo desenhado que habitamos e que, por seu turno, nos molda os gestos, o olhar, a experiência e conhecimento que dele temos.


Mergulhado no calor lisboeta, atravessando as ruas sem trânsito, as paragens de autocarro sem filas, Fernando Brízio passou o Verão em buscas antológicas. Vasculhou gavetas à procura de desenhos antigos, abriu caixotes há muito arrumados a um canto, esquadrinhou casas e armazéns. Encontrou projectos do tempo em que ainda era aluno da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, recuperou peças antigas e enumerou os achados. A encomenda da Experimentadesign era clara: juntar tudo o que criou na vida para montar uma exposição retrospectiva.


Words by M. Carona, Experimentadesign, playtime and FerdoS